Boris Gucovski

Sandman (2022)

Capa - Sandman

Como alguém que constantemente foge de tudo que é hypado, achei que Sandman não seria grandes coisas. Bom, aqui estou de língua paga de novo.

Como alguém que constantemente foge de tudo que é hypado, achei que Sandman não seria grandes coisas. Bom, podem me meter na cadeia, porque aqui estou de língua paga de novo. A primeira temporada foi fantástica e abaixo eu te digo alguns motivos.

Baseada nos quadrinhos de Neil Gaiman, acompanhamos Morpheus, um deus gótico (vulgo "vocalista do The Cure") que reinava o mundo dos sonhos até ser capturado por um humano e ficar cativo durante todo o século XX (causando um belo caos no processo).


Uma vez liberto, Morpheus parte para encontrar seus artefatos roubados (um punhado de areia, uma máscara e um rubi), mas, subvertendo expectativas, isso não leva a temporada inteira e acontece rápido. Após superado esse problema inicial, a série evolui de maneira orgânica e original, explorando temas filosóficos e morais ou simplesmente personificando conceitos abstratos como a Morte e os Pesadelos de maneiras muitíssimo surpreendentes.


E em se tratando de personagens, algo interessante: Morpheus não foi pensado para agradar o público logo de início. É um personagem caladão, pessimista, sem emoções, sem senso de humor e de voz monótona. Felizmente, para compensar isso, ele está rodeado de personagens ricos e cativantes, como a Morte, o Coríntio e um corvo falante, que dão vida e cores aos episódios antes de Morpheus amadurecer como protagonista e roubar a cena inteira.


Em termos gerais, a série começa como qualquer outra, sem maiores pretensões. No entanto, não leva muitos episódios para mostrar a que veio: entregar ideias originais e cativantes, com personagens únicos que permanecerão em seus pensamentos por um bom tempo. Que venha a segunda temporada! (Netflix, pls).